quarta-feira, 26 de março de 2025

A vida não é útil (2020) – Ailton Krenak - Livros Unicamp

 


Em reflexões provocadas pela pandemia de covid-19, o pensador e líder indígena Ailton Krenak volta a apontar as tendências destrutivas da chamada "civilização": consumismo desenfreado, devastação ambiental e uma visão estreita e excludente do que é a humanidade.

Um dos mais influentes pensadores da atualidade, Ailton Krenak vem trazendo contribuições fundamentais para lidarmos com os principais desafios que se apresentam hoje no mundo: a terrível evolução de uma pandemia, a ascensão de governos de extrema-direita e os danos causados pelo aquecimento global.
Crítico mordaz à ideia de que a economia não pode parar, Krenak provoca: "Nós poderíamos colocar todos os dirigentes do Banco Central em um cofre gigante e deixá-los vivendo lá, com a economia deles. Ninguém come dinheiro". Para o líder indígena, "civilizar-se" não é um destino. Sua crítica se dirige aos "consumidores do planeta", além de questionar a própria ideia de sustentabilidade, vista por alguns como panaceia.
Se, em meio à terrível pandemia de covid-19, sentimos que perdemos o chão sob nossos pés, as palavras de Krenak despontam como os "paraquedas coloridos" descritos em seu livro 
Ideias para adiar o fim do mundo, que já vendeu mais de 50 mil cópias no Brasil e está sendo traduzido para o inglês, francês, espanhol, italiano e alemão.
A vida não é útil reúne cinco textos adaptados de palestras, entrevistas e lives realizadas entre novembro de 2017 e junho de 2020.





3 comentários:

  1. Cap. 1) Não se come dinheiro.

    Krenak faz uma crítica ao antropocentrismo (o homem no centro do universo),
    questionando sua atitude sobre os outros seres vivos e sobre o meio ambiente, que
    segundo o autor sofre agressões de seus próprios filhos. Seguindo o texto, o autor
    faz uma inclusão de todos os seres vivos dentro da humanidade e classifica o
    homem como uma praga.
    Há também questionamentos sobre “progresso” e “avanços da humanidade”
    que na concepção do autor, destroem as florestas e beneficiam somente a elite do
    capitalismo. Isso nos leva a uma crítica ácida sobre o consumismo exacerbado, que
    nos leva a perder conexão com a natureza.
    Krenak traz à luz a agroecologia (produção de alimentos sustentáveis) e a
    permacultura(filosofia de trabalhar com, e não contra, a natureza).

    (Cap. 2) Sonhos para adiar o fim do mundo.

    O autor faz uma reflexão entre as sociedades ancestrais e a sociedade
    presente, crítica à sociedade contemporânea, que segundo Krenak, não carrega e
    nem se preocupa com a natureza em contrapartida com os povos indígenas. E que
    questiona o nosso falso sentimento de superioridade que mata e destroi tudo aquilo
    que nossos ancestrais veneravam e cuidavam.
    Krenak fala que o fim do mundo pode ser adiado, mas que para isso ocorrer é
    necessária uma mudança dentro da sociedade que dialoguem com a natureza.

    (Cap. 3) A máquina de fazer coisa.
    Aborda a obsolescência das instituições frente ao desmatamento e ao
    consumo exacerbado, fruto do capitalismo, que prejudica e dificulta a criação de
    uma sociedade sustentável.
    Krenak também nos fala sobre o processo da longevidade, que não está
    conectado com o processo natural da vida. E que o capitalismo financia essa
    desconexão com a natureza.

    (Cap. 4) O amanhã não está à venda.
    Krenak volta a abordar o termo “humanidade”, que segundo ele está dividida
    em duas: A primeira está em uma posição de poder e conforto e a outra que o autor
    se refere como sub-humanidade que está em uma posição de vulnerabilidade
    perante a primeira.
    O autor faz menção ao pedido de silêncio através da pandemia, na qual a
    terra fez para nós com o interesse de refletirmos sobre nossas ações abusivas e
    destrutivas contra ela.

    (Cap. 5) A vida não é útil.
    Na visão de Krenak, “avanço tecnológico” tem como fim o lucro de hoje, sem
    pensar no amanhã. Há também questionamentos sobre iniciativas sustentáveis, as
    quais Krenak classifica como marketing que visa a melhora da autoimagem perante
    a sociedade.
    E, por último, uma crítica ao modo de vida utilitarista que se baseia em
    produzir e consumir, ao contrário dos povos indígenas, que resistem e continuam
    resistindo a esse modelo de vida.

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  2. Vídeo análise interessante sobre o livro, vale a pena conferir para ajudar nos estudos e entendimentos:

    https://www.youtube.com/watch?v=z9IAklWuPrw&list=PLTaAqXfT74PCAKEGWiBcqVYgy88LbZSxr&index=9

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