* Leitura obrigatória do vestibular da Fuvest.
Num pensionato de freiras paulistano, em 1973, três jovens universitárias começam sua vida adulta de maneiras bem diversas. A burguesa Lorena, filha de família quatrocentona, nutre veleidades artísticas e literárias. Namora um homem casado, mas permanece virgem. A drogada Ana Clara, linda como uma modelo, divide-se entre o noivo rico e o amante traficante. Lia, por fim, milita num grupo da esquerda armada e sofre pelo namorado preso.
As meninas colhe essas três criaturas em pleno movimento, num momento de impasse em suas vidas. Transitando com notável desenvoltura da primeira pessoa narrativa para a terceira, assumindo ora o ponto de vista de uma ora de outra das protagonistas, Lygia Fagundes Telles constrói um romance pulsante e polifônico, que capta como poucos o espírito daquela época conturbada e de vertiginosas transformações, sobretudo comportamentais.
Obra de grande coragem na época de seu lançamento (1973), por descrever uma sessão de tortura numa época em que o assunto era rigorosamente proibido, As meninas acabou por se tornar, ao longo do tempo, um dos livros mais aplaudidos pela crítica e também um dos mais populares entre os leitores da autora.
"Que beleza, que força, que matéria viva e lancinante em As meninas." - Carlos Drummond de Andrade
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Vídeo análise interessante sobre o livro, vale a pena conferir para ajudar nos estudos e entendimentos:
ResponderExcluirhttps://www.youtube.com/watch?v=Sivd22ntH5o
Poucas obras me tocaram tanto quanto esse livro, o modo como a autora consegue se comunicar com o leitor por cada personagem é magnífica, "As Meninas" explora não só a submissão feminina sob o seu contexto histórico como também se aventura pelo seu psicológico, vemos em cada personagem uma característica marcante (tornando-as então cada uma singular) Lorena com seu estilo lírico e sonhador (presa a seu "relacionamento" com M.N e a morte do irmão), Lia com seu jeito racional (e presa pelas mazelas da ditadura e pelas dificuldades de ser uma mulher militante) e Ana clara que é totalmente fragmentada (presa pelo seu vício em drogas).
ResponderExcluirBreno_3DSB
Essa obra foi, consideravelmente, confusa. Ao pesquisar sobre a história pude entender a ousadia da autora em evidenciar mulheres jovens durante a ditadura militar brasileira, reforçando sua existência junto a censura e a repressão que acompanhava-o . Uma das cenas mais importantes foi a descrição detalhada de um episódio de tortura, que deixa claro os motivos da sociedade se sentir reprimida e coberta de medo.
ResponderExcluirMaria Eduarda Silva da Costa_3EAA
Concordo com você, principalmente sobre a parte de o livro ser confuso. Para mim, o maior motivo é que a autora não diferencia claramente o pensamento de cada personagem. Muitas vezes, parece que tudo se mistura, e só quem já conhece detalhes específicos sobre cada uma consegue identificar quem está falando. Isso realmente deixa a leitura mais difícil. Mesmo assim, acho que essa mesma característica acaba marcando a gente, não só pelo enredo, mas pela maneira como a história é construída. Eu recomendaria, para quem ainda vai ler, procurar antes um resumo ou análise isso me ajudou muito a entender melhor o livro.
ExcluirRealmente, é um livro bastante ousado, o que torna ele ainda mais interessante. A escrita confusa da Lygia aqui foi proposital, ela mistura narradores personagens/oniscientes, passa de um trecho no presente para um flashback e principalmente, escreve os pensamentos das personagens, tudo isso junto, torna a obra bem densa e confusa mesmo, mas era justamente esse o objetivo da autora, deixar a obra confusa para que os fiscais da época não notassem as críticas nela contidas, o que também foi feito por outros artistas, como Chico Buarque nas músicas Cálice e Apesar de Você. Dito isso, essa é a minha obra favorita dos livros da fuvest.
ExcluirO livro traz a discursões e relata também as barbaridades que ocorreram na ditadura, quando ainda ocorria no país átraves de tr\~es amigas que vivem no Pensionato NOssa SEnhora de Fátima sendo ela a Ana Clara Conceição, que é estudante de psicologia assombrada pelo seu passado por conta dos abusos sexuais e peo uso atualmente de drogas. A estudante de Direito Lorena Vaz Leme onde átraves da personagem traz a temática sobre o seu irmão Remo ter atirado acidentalmente em Rômulo causando assim sua morte e a última das amigas é a Lia de Melo Schultz, militante de esquerda que estuda Ciências Sociais, trazendo o confito de ter pai nazista e uma mãe baiana .
ResponderExcluirHemilly Alencar _ 3EAA
foi um livro de que eu realmente gostei, mesmo que o começo tenha sido confuso e um pouco difícil de acompanhar. Com o passar das páginas, percebi o quanto a história é profunda e tocante. As três protagonistas Lorena, Lia e Ana Clara têm personalidades tão diferentes que é impossível não se envolver. Lorena é delicada, sonhadora, vive como se estivesse sempre buscando um amor ideal. Lia é forte, politizada, firme no que acredita e cheia de coragem. Já Ana Clara é marcada por uma fragilidade dolorosa: é viciada, perdida entre drogas e conflitos que parecem maiores do que ela. A relação entre elas mostra como cada uma tenta sobreviver ao seu próprio mundo interior. No fim, a leitura mexe com a gente pela forma humana e intensa com que a autora constrói essas vidas.
ResponderExcluirNo começo da história também tive certa dificuldade em entender e identificar quando cada personagem assumia a narração, mas, com o passar do tempo, vamos percebendo as mudanças nos pensamentos e como cada protagonista é distinta e possui suas particularidades.
ExcluirCamila_3DSB
As Meninas
ResponderExcluirAs três protagonistas representam faces distintas da juventude da época, Lorena é alienada dos problemas reais, Lião é o oposto, militante de esquerda, já Ana Clara traz a face trágica da história, sendo viciada em drogas.
O enredo acompanha a vida dessas jovens em um pensionato.
Stephanie 3EAA
ResponderExcluirNo livro, vemos as diferentes formas como as protagonistas levam a vida em um cenário de ditadura militar brasileira. Enquanto Lia é uma militante de esquerda politicamente ativa, Ana Clara se vê presa em um constante remorso do passado e em seu vício em drogas, alimentado por seu namorado. Já Lorena, mesmo desejando mudança, acaba se submetendo ao papel de amante.
A obra nos transporta para dentro da história e, embora no início eu tenha sentido certa lentidão ao identificar a personagem narradora em cada momento, a obra nos traz reflexões sobre o valor da vida, nossas atitudes em meio a um cenário político instável e o peso dos nossos desejos.
Camila_3DSB