As canções do músico Cartola escolhidas foram: “Alvorada”, “As rosas não falam”, “Cordas de aço”, “Disfarça e chora”, “O inverno do meu tempo”, “O mundo é um moinho”, “Que é feito de você?”, “Sala de recepção”, “Silêncio de um cipreste”, “Sim”.
As canções do músico Cartola escolhidas foram: “Alvorada”, “As rosas não falam”, “Cordas de aço”, “Disfarça e chora”, “O inverno do meu tempo”, “O mundo é um moinho”, “Que é feito de você?”, “Sala de recepção”, “Silêncio de um cipreste”, “Sim”.
Olá pessoal! Por gentileza, insiram nesse post as sínteses do mês de Outubro, caso já tenham inserido no post anterior (Setembro) nã...
Segue um vídeo análise sobre as canções cobradas: https://www.youtube.com/watch?v=-YU7bNcO6-A
ResponderExcluirVídeo análise interessante sobre as canções , vale a pena conferir para ajudar nos estudos e entendimentos:
ResponderExcluirhttps://www.youtube.com/watch?v=-4HWidMroIo&list=PLTaAqXfT74PCAKEGWiBcqVYgy88LbZSxr&index=8
A canção "O mundo é um moinho", possui um histórico extremamente interessante e que elucida a interpretação, afinal, se refere, especialmente, a preocupação genuína de um pai à sua filha sonhadora. Para Cartola, o mundo não é necessariamente ruim, mas mesquinho, triturador, assim como um moinho. Dessa forma, é necessário ter consciência e sutileza ao se relacionar com ele.
ResponderExcluirA seguir, um pequeno "soneto" com temática similar...
"Felicidade Criminosa" - Migs
Esse é o verdadeiro perigo, inimigo:
"Felicidade, felicidade, felicidade!".
É obcecado: "Porque é necessidade!",
Convence mostrando o canino.
Esse desejo nasce na mocidade,
E agrada-se como vinho fino;
Desce com suavidade, a toda idade,
E acorda, se toca, após o último sino.
Quando a noite chegou, o tomou,
Pois se embriagou por necessidade,
Esqueceu-se da dor, do "O que sou?",
E visou apenas a felicidade,
Que é como um véu, que cria o réu
E a atrocidade, guiando-o ao Céu...
{ou ao Abismo.
Miguel_3DSB
"As rosas não falam" é uma canção autoral de Cartola, juntamente com "O Mundo é um Moinho". A música possui uma lírica clara, mas profunda — marca registrada do artista. A genialidade de Cartola é perceptível pela fácil imaginação do cenário criado em sua poesia: uma lamentação ou saudade pelo fim de um relacionamento, embora o eu lírico ainda permaneça amando. O trecho "as rosas não falam" é o principal artifício catártico da música, permitindo a reflexão sobre a inutilidade do entendimento perante um término ou saudade, senão o próprio fim — o ser como é e não poderia deixar de ser. Por fim, Cartola expõe o último suspiro de um romântico e amante, o desejo de misericórdia e compreensão, mas nota-se a fragilidade da razão e dos sonhos perante o inevitável silêncio do "existir". Eu, particularmente, admiro Cartola nesse sentido. Sua genialidade e riqueza simples, sem qualquer elitismo ou complexidade, revelam um grande admirador da vida e de suas inconcebíveis faces.
ResponderExcluirAbaixo, uma simples poesia que possui temática similar com a da canção:
"Estrada Nova" - Migs
Não pude evitar te observar,
E percebi em seu olhar a distância,
A plena hesitação presente no ar,
Que nos gerou uma certa ânsia.
Senti teu coração pulsar, chorar,
E meu castelo passou a incinerar.
Nosso peito ardia uníssono, culpado,
Pois não podíamos fugir desse pecado.
Não havia mais "nosso olhar", era apenas
A memória de uma história singular,
De um passado glorioso, a nossa Atenas,
Que também queimou e irá passar,
Mas que lançou ao ar diversas penas,
Que pavimentarão nossas ruas serenas.
As rosas não falam - Cartola
Miguel_3DSB
"Cordas de Aço" é, facilmente, a minha poesia preferida de Cartola. Embora a canção seja simples e curta, ela revela uma delicadeza e cumplicidade características de todo poeta — seu companheiro. As cordas, o bojo, o som, a companhia... somente o violão pode entender a sua tristeza, pois ambos são reféns da felicidade, da vida e da Poesia. Cartola, assim como todo artista, realizou sua confissão por meio dessa canção.
ResponderExcluirAbaixo, também deixo uma confissão:
"Confissão Poética" - Migs
Não importa dia, nem hora,
Eu desejo somente o seu tom,
Para sairmos mundo afora
E mostrarmos o nosso dom.
Não precisamos criar muito,
Será somente você e eu - nós,
Apresentando nosso fortuito,
Sua caneta e meu papel, a sós.
Confio completamente em ti,
Deixo que trace nosso rumo,
Porque você é a nossa ponte,
E tudo que constrói, assumo,
Pois você é meu horizonte, de cujo
Mar sou apenas um simples marujo
– Que navega, ama, sem prumo.
Cordas de aço - Cartola
ExcluirMiguel_3DSB