A escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie vem conquistando um público cada vez maior, tanto no Brasil como fora dele. Em 2007, seu romance Meio sol amarelo venceu o National Book Critics Circle Award e o Orange Prize de ficção, mas foi com o romance seguinte, Americanah, que ela atingiu o volume de leitores que a alavancou para o topo das listas de mais vendidos dos Estados Unidos, onde vive atualmente. Ao trabalho de ficcionista, somou-se a expressiva e incontornável militância da autora em favor da igualdade de gêneros e raça.
Agora é a vez de os leitores brasileiros conhecerem a face de contista dessa grande autora já consagrada pelas formas do romance e do ensaio. Publicado em inglês em 2009, No seu pescoço contém todos os elementos que fazem de Adichie uma das principais escritoras contemporâneas. Nos doze contos que compõem o volume, encontramos a sensibilidade da autora voltada para a temática da imigração, da desigualdade racial, dos conflitos religiosos e das relações familiares.
Combinando técnicas da narrativa convencional com experimentalismo, como no conto que dá nome ao livro — escrito em segunda pessoa —, Adichie parte da perspectiva do indivíduo para atingir o universal que há em cada um de nós e, com isso, proporciona a seus leitores a experiência da empatia, bem escassa em nossos tempos.
Vídeo sobre o livro, faz alguns recortes sobre o livro que possui 12 contos, onde a autora fala sobre as relações de migração, sensação de identidade e pertencimento, segue o link da análise:
ResponderExcluirhttps://www.youtube.com/watch?v=WUPSbstSutI
O livro reúne diversos contos, mas aquele que mais me marcou foi “A Cela Um”, justamente o primeiro da obra. Ele acompanha a trajetória de um universitário que, na ânsia de parecer “descolado”, acaba se envolvendo em confusões que o levam à prisão.
ResponderExcluirO que me chamou atenção é a forma como a narrativa equilibra dureza e sensibilidade: o cuidado inabalável dos pais diante da queda do filho, a corrupção policial que atravessa a trama e, sobretudo, a revelação da verdadeira face do protagonista. Por trás da pose ousada, surge alguém profundamente sensível às injustiças, o que torna a história não só impactante, mas também reflexiva.
Stephanie Ramos de Macedo, 3EAA
Você interpretou o conto “A Cela Um” de forma bastante completa, onde esse conto se destaca pelo seu contraste entre a imagem ousada do protagonista e a sensibilidade de quando ele se vê em situações extremas. Achei interessante a forma como você relacionou a história com temas sociais importantes, como corrupção e relações familiares.
ExcluirAnna Gabrielly_3EAA
Os contos trsnsitam entre a Nigéria e os EUA, explorando a vida dos personagens, principalmente as mulheres, que carregam o peso de suas heranças culturais e dos choques de realidade. O título da obra, "No seu pescoço", faz uma referência à metáfora "Na sua pele", pois os contos descrevem com detalhes as situações enfrentadas, tais como o racismo, saudade de casa, expectativas quebradas e a violência de gênero. O livro mostra que a imigração é uma experiência complexa e muitas vezes solitária.
ResponderExcluirMauricio_3DSB
Achei sua síntese muito interessante! Você destacou bem como a autora aborda temas profundos como racismo, saudade, violência de gênero e a complexidade da imigração. Gostei especialmente da sua observação sobre o peso das heranças culturais e os choques de realidade vividos pelos personagens, pois isso realmente mostra a força e a sensibilidade da obra. É uma ótima leitura sobre pertencimento e identidade.
ExcluirA sua síntese capta muito bem o espírito de No Seu Pescoço, e abre espaço para um comentário importante: Chimamanda Ngozi Adichie usa a delicadeza do conto para revelar o impacto íntimo — quase silencioso — das grandes tensões sociais. Nos textos, a fronteira entre Nigéria e EUA não é apenas geográfica, mas emocional: é o lugar onde identidade, pertencimento e memória entram em conflito.
ExcluirNo Seu Pescoço, de Chimamanda Ngozi Adichie, reúne doze contos poderosos que exploram as dores e os desafios de ser nigeriano, seja vivendo no próprio país ou tentando recomeçar como imigrante.
ResponderExcluirAs histórias tratam de racismo, identidade, amor, guerra e, principalmente, da sensação de deslocamento. Os personagens lutam para manter suas raízes africanas enquanto tentam se adaptar à cultura ocidental. Entre o orgulho e a solidão, eles vivem o peso de não pertencer completamente a lugar nenhum.
O título é uma metáfora brilhante: o “nó no pescoço” representa a angústia de quem tenta respirar em um mundo que não o aceita por completo. Adichie dá voz a essas experiências com delicadeza e força, transformando o sofrimento em literatura e resistência.
Bruno Gustavo Santos Viana Navarro, 3DSA
Excelente análise! Você conseguiu destacar de forma clara a profundidade das temáticas abordadas por Chimamanda Adichie, especialmente a questão do racismo, da identidade e do sentimento de não pertencimento. Achei muito interessante como você interpretou o título como uma metáfora da angústia e da resistência — realmente mostra a força e a delicadeza com que a autora transforma dor em literatura. Sua leitura demonstra sensibilidade e compreensão das mensagens que a obra transmite.
ExcluirSeu texto já traz uma leitura sensível e precisa da obra, e o comentário que cabe fazer é que No Seu Pescoço não fala apenas da dor do deslocamento, mas também da complexidade das escolhas que moldam essa dor. Adichie mostra que a identidade não é algo fixo: ela se reorganiza a cada fronteira cruzada, a cada silêncio imposto, a cada tentativa de pertencimento.
ExcluirGostei de como você destacou esse sentimento de “não pertencer”, que realmente atravessa os personagens e deixa cada história com um peso emocional forte. A metáfora do nó no pescoço que você explicou ficou ótima, sendo inclusive, a metáfora pora trás do conto homônimo do livro, destacando a angústia dos imigrantes e das identidades dividas.
Excluir"No seu pescoço" de Chimamanda Adichie é um livro contendo 12 contos, cada um contando uma história diferente. Essas histórias possuem características em comum, muitas vezes retratando o papel da mulher na sociedade e a superação de estigmas impostos pelo machismo. Outra característica recorrente é a imigração e a vida das pessoas imigrantes. Meu conto favorito foi Jumping Monkey Hill que, na minha opinião, possui um final muito bom.
ResponderExcluirMatheus_3EAB
No Seu Pescoço é uma coletânea de contos que explora com profundidade temas como identidade, imigração, racismo e relações afetivas. Chimamanda apresenta personagens que transitam entre a Nigéria e os Estados Unidos, revelando o choque cultural e a sensação de não pertencimento que atravessa suas vidas. A autora constrói narrativas sensíveis e realistas, muitas vezes marcadas por frustrações silenciosas, violência simbólica e a busca por autonomia.
ResponderExcluirHemily Alencar_3EAA
Gostei muito da sua síntese e por destacar temas importantes mencionados na coletânea, como relações complexas, identidade, imigração e falta de autonomia. Também por pontuar o choque cultural que mostra bem como os personagens lidam com rupturas culturais e emoções que nem sempre conseguem expressar.
ExcluirAnna Gabrielly_3EAA
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluir"No seu pescoço" é uma coletânea de contos com diversas temáticas extremamente fortes, como migração, racismo e choque cultural. A autora foca especialmente na experiência de mulheres africanas. Os contos revelam diversos personagens muito profundos, que lidam com diversas pressões sociais. Um exemplo é o conto "os casamentos" onde há a existência de um relacionamento com uma alta distância emocional, onde o marido da protagonista a reprime por não seguir a risca os costumes norte-americanos, gerando um grande desconforto na leitura pelas atitudes do homem. Temas assim são muito abordados no livro, gerando uma grande identificação com a realidade através dos personagens do livro.
ResponderExcluirMatheusS_3DSB
O livro de contos aborda temas extremamente importantes, como a violência, a religião, as imigrações, questões sociais, discriminações de gênero, questões políticas e outros problemas presentes na sociedade nigeriana. A autora traz um olhar real, que retrata de forma sincera e profunda os desafios do país, que muitos ignoram, evidenciando a realidade política e social à qual a população é submetida na Nigéria e em outros países africanos. Isso aparece, por exemplo, nos contos que retratam a onda de violência por divergências religiosas, na diminuição e objetificação da mulher e nas mudanças que os personagens sofrem ao longo do tempo e da realidade à qual são expostos.
ResponderExcluirCamila_3DSB
Análise muito bem feita, Camila! É perceptível como livros como esse são extremamente necessários nos tempos de hoje, o livro traz muitas pautas que são pouco comentadas, mas que ainda assim são extremamente necessárias. Eu gosto como o foco é centrado na visão de mulheres nigerianas, assim a autora nos coloca em um ponto que nos faz enxergar como a própria — e tantas outras mulheres africanas — se sentem diante de situações que infelizmente são extremamente comuns no mundo contemporâneo.
ExcluirMatheusS_3DSB