quarta-feira, 26 de março de 2025

O Cristo Cigano (1961) – Sophia de Mello Breyner Andresen - Livros Fuvest

 Sophia de Mello Breyner Andresen soube conjugar de modo único a observação da natureza com a dimensão humana. A descrição concreta e material da paisagem — com destaque para o mar, tema central de sua poesia — convive com reflexões sobre o amor, a morte, a dor, a injustiça e a solidão.

Este volume, que reúne duas obras publicadas de forma avulsa na década de 1960 (para o vestibular, estudar apenas O cristo cigano), traz temas presentes em toda a produção da autora e atesta o impacto da poesia brasileira em sua trajetória. O Cristo cigano, lançado em 1961, revela a influência decisiva da poesia de João Cabral de Melo Neto sobre a escrita de Sophia. Já Geografia, de 1967, descreve, entre outros temas, cenas da infância, o contato com a Grécia e a admiração pela obra de Manuel Bandeira: "Estes poemas caminharam comigo e com a brisa/ Nos passeados campos da minha juventude".
A escrita de Sophia é marcada pela beleza, pelo lirismo e pelo estilo direto e lapidar. Vencedora do Prêmio Camões, maior honraria da língua portuguesa, em 1999, sua obra ilumina e inspira sucessivas gerações de leitores e poetas.



39 comentários:

  1. Vídeo análise interessante sobre o livro, vale a pena conferir para ajudar nos estudos e entendimentos:

    https://www.youtube.com/watch?v=3x4Ahk1od2Y

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  2. O Cristo Cigano

    Embora seja uma obra curta, O Cristo Cigano, escrito por Sophia de Mello Breyner Andresen, trás um ponto de vista crítico e humanista que me fez pensar e refletir sobre durante a leitura, o poema apresenta uma imagem de Cristo, porém associando ao povo cigano e rompendo a visão tradicional, Sophia recria a figura de Jesus próximo dos que vivem da miséria na sociedade, que não é o mesmo das igrejas conhecidas, mas o que vive a fome, a exclusão e a péssimas condições que o mundo o trouxe. Achei interessante a forma que Sophia apresenta de forma errante e humana, aproximando-o da figura cigana e trazendo toda a trama presente no livro. Também me chamou atenção a forma que o escultor é desenvolvido no livro, pois mostra o quão ele é obcecado por trazer a imagem tão perfeita em sua escultura a ponto de trazer a morte para alguém, trazendo questionamentos sobre o que seria o limite da arte.

    FellipeC_3DSB

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    1. Nossa Fellipe, achei muito interessante a sua interpretação sobre O Cristo Cigano. Confesso que quando li essa obra não interpretei pelo ponto de vista de que Sophia, ao aproximar Jesus da comunidade cigana, rompe com estereótipos da igreja católica sobre a imagem de Cristo, que é majoritariamente retratado como branco, loiro e europeu, quando, na verdade, já foi provado que ele não carregava nenhuma dessas características. Quanto ao ponto que você trouxe sobre o escultor, também achei muito interessante esse questionamento de "qual é o limite da arte?", dado que a arte é retratada como uma consequência dos sacrifícios, e a atitude do escultor é a representação disso.

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    2. Sua interpretação quanto a obra é de fato interessante, quando li, não havia tido este ponto de vista da quebra de estereótipos, quanto a imagem do cristo, de fato a autora quebra-os a aproximá-los a pessoas que são marginalizadas e vivem a margem de uma sociedade que as abandona e faz com que tais vivam de forma escassa.

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    3. Achei muito interessante como você destacou esse contraste entre o Cristo tradicional e o Cristo ligado ao povo cigano, porque isso realmente é uma das partes mais fortes do poema. Também gostei da sua leitura sobre o escultor, essa obsessão dele levanta umas questões bem pesadas mesmo sobre até onde a arte pode ir. A maneira como você conectou esses dois lados, o humanismo de Sophia e o limite da criação artística, deixou sua reflexão bem rica de acompanhar.

      Brayan_3DSB

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    5. Caramba Fellipe, seu comentário mostra muito bem como a autora apresenta um Cristo mais humano e ligado ao povo que sofre, fugindo da imagem tradicional. Sua percepção ficou bem clara sobre o escultor e como a busca pela perfeição na arte pode passar dos limites. Ficou uma reflexão simples, direta e bem interessante.

      Gabriel_3DSB

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  4. Apesar de também ter gostado muito da coletânea de poemas presente em Geografia, O Cristo Cigano foi a obra que mais me surpreendeu. Mesmo que curta (e um pouco complexa no início), a história cativa justamente pela maneira que Sophia de Mello nos mostra, por meio de suas palavras "cortantes", que a arte não é apenas algo belo, mas que também exige sacrifícios. A morte do cigano foi um choque para mim, já que a trágica cena retrata o assassinato como se fosse o destino do escultor, ressaltando novamente que a arte exige sacrifícios.

    Sabrina_3DSB

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    1. Eu concordo com você Sabrina, na obra podemos destacar o contraste entre a beleza da arte e o sofrimento por trás dela, promovendo uma leitura mais sensível e que impacta trazendo reflexões profundas sobre o papel do artista e os aspecto de sua arte.

      Camila_3DSB

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  5. A historia do Cristo Cigano nos traz reflexões como onde o ser humano traça seu limite?
    Um escultor é designado a representar a imagem de Cristo se vê bloqueado pela falta de experiência com a imagem da morte, questionando até onde o artista está disposto a ir. Após uma intensa reflexão interna, o escultor decide assassinar um cigano para visualizar a imagem de dor da morte de Cristo. Os poemas nos transportam e nos convidam a refletir sobre valores humanos, nossa ética e moral. O nome da obra também traz sensação de dualidade com Cristo sendo uma representação de pureza e sacrifício e o Cigano como marginalizado e excluído agregando ainda mais significado a obra.

    Camila_3DSB

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    2. Realmente, Camila. Impressionante como a Sophia traz tanta intensidade e reflexão em uma obra tão curta, que inicialmente parece até simples, mas carrega grande complexidade, né? Uma imersividade que vai desde o título do livro (como você bem pontuou a dualidade entre a pureza de Cristo e a marginalização do Cigano), até assuntos mórbidos como a morte, ainda mais quando retratada em forma de assassinato.

      Sabrina_3DSB

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    3. Sua síntese mostra bem o ponto principal da história: o artista mata alguém para tentar representar o sacrifício de Cristo — ele tira a vida de um ser humano para criar a imagem de Deus.

      A escolha do cigano é importante, porque ele representa quem é excluído da sociedade, alguém que o escultor acha que pode sacrificar. Isso acaba sendo o contrário do que Cristo ensinou: que cada vida tem valor.

      SAMUEL_3DSB

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  6. O livro revela a história de um esculpidor que assassina um homem cigano para alcançar a perfeição em sua estátua de Cristo ao retratar as feições de agonia da vítima. Neste contexto, a autora rompe com imagens tradicionais ao somar uma divindade e um indivíduo marginalizado, sugerindo uma religiosidade menos dogmática. Por outro lado, a criação artística desta lenda, carrega profundidade, onde a faca é símbolo limiar entre vida e morte, e um ambiguidade moral, pois apesar da eternização do sofrimento, da beleza dos detalhes, o gesto da criação é um crime, nos fazendo sentir o peso da escolha do escultor.

    Mayara_3EAA

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  7. O livro Cristo Cigano, de Sophia de Mello Breyner Andresen, é uma narrativa poética inspirada numa lenda que João Cabral de Melo Neto contou à autora. A obra conta a história de um escultor que precisava criar a imagem de Cristo em agonia. Para conseguir dar realidade ao rosto, ele acaba se envolvendo com um cigano e o mata, acreditando que só assim teria a expressão verdadeira da dor. Um detalhe marcante é a faca, que aparece tanto como instrumento de criação quanto de morte. A linguagem é rigorosa, com forte influência de João Cabral, valorizando métrica e rima. A leitura é poética, intensa e simbólica, trazendo muitas reflexões sobre até onde a arte pode ir e como vida, dor e religião se misturam.

    YasminS_3EAA

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  8. O livro narra a história de um escultor que, para produzir uma imagem de Cristo, decide assassinar um cigano, acreditando que só a dor verdadeira pode gerar uma representação artística autêntica.
    A obra reconstitui a lenda sevilhana que conta a história do escultor Francisco Antonio Ruiz Gijón e sua busca insana de uma imagem ideal. Segundo esta lenda, a imagem chamava-se Cristo Cachorro, porque o modelo do escultor tinha sido um cigano de nome Cachorro

    Samuel_3DSB

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  9. O livro conta a história de um escultor que para produzir uma obra prima, ultrapassa de todos os limites. Traz temas interessantes como violência e marginalização.
    Por mais que a história seja muito interessante, o livro é meio massivo pelo fato de ser um conjunto de poemas com palavras antigas. Embora isso melhore o repertório para palavras, se torna um pouco difícil entender a história que o livro conta.

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    1. “O Cristo Cigano” realmente traz temas fortes como a marginalização e a violência, mostrando até onde o ser humano pode ir em busca da perfeição. Achei interessante também como a autora usa uma linguagem poética para tratar de algo tão intenso — apesar de deixar a leitura mais complexa, isso dá mais profundidade à história e faz o leitor refletir sobre o valor da arte e do sofrimento humano.

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  10. A obra "O Cristo Cigano" de Sophia de Mello Breyner Andersen conta uma história em formato de diversos poemas, sendo eles sobre um escultor que busca criar a imagem perfeita de Cristo. Em sua jornada ele encontra um cigano, e então, sua imagem e sua dor vão servir de modelo para essa escultura. Os poemas mostram como, na arte, acaba se exigindo sacrifício, tanto de quem está criando quanto de quem está servindo de matéria-prima.

    Nathally_3DSB

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    2. A ideia de usar a figura do cigano como modelo traz uma humanidade intensa para o Cristo, tornando a escultura viva e verdadeira. Acho interessante como Sophia mostra que o sacrifício é parte inseparável do processo criativo, tanto para o artista quanto para quem, mesmo indiretamente, se torna matéria da obra. Isso traz uma reflexão poderosa sobre a relação entre sofrimento e beleza.

      João_Gabriel_3DSB

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  11. Em Cristo Cigano, Sophia de Mello Breyner Andresen reconstrói a lenda espanhola “El Cachorro” em doze poemas intensos e simbólicos. A história gira em torno de um escultor contratado pela Igreja para esculpir a imagem de Cristo na cruz. Em busca de realismo absoluto, ele decide matar alguém para capturar a expressão da dor e escolhe um cigano por quem se apaixona.

    A tragédia acontece quando, após passarem a noite juntos, o escultor o mata enquanto dorme. No rosto do homem agonizando, ele vê o próprio Cristo.

    O livro vai além do ato brutal e reflete sobre fé, arte, sacrifício e humanidade. Sophia questiona até onde o ser humano é capaz de ir em nome da perfeição e mostra que, muitas vezes, o sagrado e o profano caminham lado a lado.

    Bruno Gustavo Santos Viana Navarro, 3DSA

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    1. Ótima observação, Bruno! Quando li a obra pesquisei mais sobre, achei interessantíssima, porém não havia visto no que Sophia tinha se inspirado para reescrever a história.

      FellipeC_3DSB

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  12. o peema narrativo apresenta a jornada de um eu em eu em busca de presença até então ausente (a face da agonia), e que se concretiza ao longo do livro, em revelação gradual. Os títulos das cenas apontam para gradação de movimentos que culminam na morte do cigano, um crime passional, por amor, em que a vida, a arte e a morte, além da noção de eternidade, dialogam de maneira profunda.

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    1. Achei muito interessante como você destacou a ideia de gradação e de revelação ao longo da obra. Essa leitura mostra bem a profundidade do poema e como os temas da vida e da morte se entrelaçam na construção simbólica da narrativa.

      Nathally_3DSB

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    2. Achei muito boa a sua leitura — você destacou bem como a busca do “eu” vai se revelando aos poucos e como a gradação das cenas leva à morte do cigano. Essa relação entre vida, arte e morte mostra que você captou a profundidade do poema.

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  13. A obra "O Cristo Cigano", de Sophia de Mello Breyner Andresen, é uma coletânea de poemas que reflete sobre a condição humana e a busca espiritual. Nela, a autora aborda temas como o amor, a morte, a solidão, a liberdade e a transcendência, utilizando uma linguagem simbólica e filosófica. Por meio de seus versos, a poetisa valoriza a pureza, a verdade e a comunhão entre o humano e o divino, mostrando que o sagrado também habita o cotidiano.

    João_Gabriel_3DSB
    O Cristo Cigano

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    2. Ficou muito boa a sua síntese, João! Gostei de como você destacou essa relação entre o sagrado e o cotidiano, que é mesmo algo bem marcante dessa obra.

      Nathally_3DSB

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  14. Este comentário foi removido pelo autor.

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  15. O conto, breve e simbólico, narrando o encontro entre o divino e o marginalizado: um Cristo que não habita templos, mas as estradas onde vivem os ciganos, os errantes, os esquecidos por uma sociedade que os reprimem. Neste Cristo, Sophia revela sua fé que nasce da pobreza. A autora transforma o mito cristão em poesia: a redenção não está na cruz, mas no olhar compassivo que reconhece o outro. Um conto que reúne o místico e o terreno em somente um plano.

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  16. O livro de poesia O Cristo Cigano, de Sophia de Mello, tem por trás uma história bem interessante. Em uma entrevista, a autora afirmou que ficou sabendo, por meio do escritor João Cabral de Mello Neto, de uma lenda que diz que o famoso escultor Francisco Ruiz assassinou um cigano com uma faca para conseguir se inspirar e esculpir na madeira Cristo no momento da sua morte.
    Vale ainda destacar que os poemas, embora modernistas, apresentam várias marcas do barroco, como a contraste entre a vida e a morte, e luz e sombra.

    Maria Heloísa - 3° EAB

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  17. No livro Cristo cigano, Sophia De Melo inicia suas odes com um poema dedicado ao João cabral de Melo Neto, nele a autora exalta a maneira " pontiaguda " da escrita deste autor. O titulo do livro, "Cristo Cigano" é inspirado na morte de um Cigano. E o objetivo do livro é "esculpir" na faca um cigano morrendo

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    1. Achei interessante como você destacou a homenagem ao João Cabral e a ideia de uma escrita “pontiaguda”. Também gostei de como relacionou o título à morte do cigano e ao objetivo de “esculpir” essa figura — mostra bem a força simbólica do livro.

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  18. Eu adorei a história de O Cristo Cigano. Achei o poema envolvente e gostei de conhecer mais sobre a história por trás através dos personagens. A forma como o livro mistura fé, tradição e realidade deixa a leitura interessante e bem diferente. Foi uma experiência rápida e curta, mas que me marcou

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  19. O Cristo Cigano até que me surpreendeu. Mesmo sendo leitura obrigatória, eu gostei de acompanhar a história e entender um pouco da vida e da cultura cigana. O livro fala de preconceito, fé e das dificuldades que eles passam de um jeito bem direto. No fim, foi uma leitura rápida e que até deixou algo pra pensar depois

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  20. A história se baseia em um escultor que precisa criar uma imagem perfeita de Jesus na cruz, mas só consegue isso depois de encontrar um cigano como modelo. É interessante como a obra mostra a relação entre vida, morte e arte, e como o artista se sacrifica para alcançar sua criação. Possui uma leitura simples que prende o leitor, além de mostrar que, às vezes, o amor e a dor andam juntos para criar algo importante.

    Gabriel_3DSB
    O Cristo Cigano

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  21. "Cristo Cigano" é uma narrativa poética intensa, inspirada em uma lenda espanhola contada a Sophia pela poesia de João Cabral. O livro, em formato de poemas, conta a história de um escultor obcecado em criar a imagem perfeita de Cristo em agonia. Ele decide que só a dor real daria a autenticidade necessária, e por isso, assassina um cigano (modelo para a obra, apelidado de Cachorro). A obra é profundamente simbólica, explorando temas como arte, sacrifício e religião. A linguagem é rigorosa e poética, com valorização de métrica e rima, refletindo a influência de Cabral. A crítica central é a reflexão sobre os limites da arte e o sacrifício que ela exige, tanto do criador quanto da "matéria-prima", usando a faca como símbolo de criação e destruição.

    Brayan_3DSB

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